Conservantes
Existem
vários conservantes anti-micróbios, os quais podem ser classificados nas
seguintes categorias:
-
Químicos;
-
Oxidativos;
-
Anti-Oxidativos
mas com acção conservante.
I.
Principais conservantes químicos
Tratam-se de conservantes que
alteram a membrana celular e provocam a lise (divisão) do conteúdo
citoplasmático:
-
Amónio
quaternário: São agentes tensioactivos aos quais pertencem o
cloreto de benzalcónio, o cetrimide, o brometo de benzododecinium, o
miramine, o cloreto cetylpiridinium, o cloreto de polidorium, o
polyaquaternium ou o polyquad, o polexitonium (ou polyquarternium-42), o
sepazonium.
-
Derivados de
mercurial: Como os sais de fenilmercúrio (acetato, borato ou nitrato), o
tiomersal e o mercurobutol
-
Amidines como o
digluconate de chlorhexdine ou o biguanide polyhexamethylene (PHMB)
-
Álcool como o
Clorobutanol ou o phenylethanol
-
Ácido
parahydroxybenzoique, méthylparaben, propylparaben
II. Conservantes Oxidativos
Tratam-se de conservantes
capazes de penetrar na membrana celular e interferirem nas funções
celulares e assim matar os germes.
-
Perborato de
sodio ou GenAqua®
que funciona em oxidar a membrana celular e destrói as funções celulares.
Quando se combina com água, o perborato de sódio converte-se em peróxido
de hidrogénio, que destrói também os microrganismos. Em contacto com o
filme lacrimal, converte-se em moléculas de oxigénio e água.
-
Stabilized
oxychloro complex (SOC) ou Purite® que é habitualmente utilizado para
estabilizar a água
-
Stabilized
oxyborate complex ou Dissipate™
III. Conservantes anti-oxidativos e outros complexos com acção
conservante
-
Ácido edético
(EDTA)
-
Ácido Sórbico
-
Sodium silver
chloride complex (Complexo à base de cloreto de sódio de prata) e sulfato
de prata
IV. Nomes comerciais dos
conservantes
-
BAK/BAC:
parasterol, alkyl benzyl dimethylammonium chloride, alkyl dimethyl
benzylammonium chloride, benirol, cequartryl, drapolene, enuclene,
germitol, gesminol, rodalon, ammonyx, zephiran chloride, e vários outros
nomes mas o mais conhecido é o cloreto de benzalcónio.
-
EDTA:
ethylenediaminetetraacetic acid, N, N ' - 1 , 2 - ethanediylbis
(N-(carboxymethyl) (glycine) edetic acid, ethylenedinitrilotetracetatic
acid, celon A, gluma cleanser, nervanaid B acid, nullapon B acid,
sequestrene AA, tetrine acid, titriplex, trilon BS, versene acid, vinkeil
100, warkeelate acid, YD 30, edetate (di or tri) sodium, e vários outros
nomes comerciais mas menos conhecidos, é curioso salientar que a maior
parte dos fabricantes refere que é um irritante ocular.
-
Cetremide: Brometo
ou cloreto cetrimonium.
-
Chlorite de sodium
chlorite: Purite® ou stabilized oxychloro complex (SOC)
-
Perborate de
sodium: PBS ou GenAqua®.
-
Cloreto de
polidronium: polyquarternium-1 ou Polyquad® ou trichloride de
[(E)-4-[dimethyl-[(E)-4-[tris(2-hydroxyethyl)ammonio]
but-2-enyl]ammonio]but-2-enyl]-tris(2-hydroxyethyl) azanium .
-
Polexitonium:
polyquarternium 42 ou Busan 1507
IV. para que servem os conservantes? Será que estes desempenham
verdadeiramente sua função?
Os conservantes são utilizados
nos colírios para garantir a sua esterilidade durante várias semanas
(geralmente menos que um mês), ou seja para evitar o aparecimento de
micróbios (vírus, bactérias e esporas). A questão que se coloca é se são
eficazes?
Existem vários estudos sobre o
tema, dos quais salientamos as seguintes conclusões:
-
Os conservantes
não protegem contra todo o tipo de contaminação, por exemplo o amónio
quaternário tem uma eficácia limitada sobre uma série de microrganismos
[1,2].
-
29% das soluções
oculares são contaminadas por microrganismos [4].
-
16,3 % dos
colírios estavam contaminados, dos quais 5,4 % fortemente contaminados,
num estudo realizado num serviço de oftalmologia e numa casa de
descanso[5].
-
A combinação de
benzalcónio e de EDTA é a única capaz de cumprir os critérios de segurança
da Farmacopeia Europeia [4], contudo esta combinação é a mais nociva para
a saúde do olho (ver Quais são as consequências).
Do exposto, e considerando que
as monodoses pressupõem várias instilações o risco de contaminação é
elevado, pois é muito fácil que exista um contacto com uma área
contaminada do olho ou mesmo dos dedos. As unidoses minimizam ou mesmo
anulam o problema acima mencionado, com a grande vantagem de não
implicarem a prazo as graves consequências do uso dos conservantes na
saúde ocular.
Por último, deixamos a nota que
existem várias publicações sobre este assunto e sobre o sindroma CLARE
ligado aos conservantes utilizados nas soluções para lentes de contacto.
1.
Benzalkonium chloride: failures as an antiseptic (échecs comme
antiseptique), Hussey, JAMA,1976 Nov 22;236(21):2433
2.
Conservateurs et Surface Oculaire, Quelques bonnes raisons pour abandonner
l'utilisation des collyres conservés. Dr. Magda de Saint-Jean, Pr.
Christophe Baudouin, Librairie Médical Théa.
3. Microbial
contamination of in-use ocular medications, O. D. Schein, P. L. Hibberd,
T. Starck, A. S. Baker and K. R. Kenyon, Dana Center for Preventive
Ophthalmology, Wilmer Institute, Johns Hopkins University, Baltimore, Md
21205. PMID: 1731727 [PubMed - indexed for MEDLINE]
4.
Are Multidose Over-the-Counter
Artificial Tears Adequately Preserved?
Charnock, Colin PhD,
Basic Investigations,
Cornea. 25(4):432-437, May 2006.
5. Etude de
la contamination bactérienne de collyres en usage clinique (Bacterial
contamination study of in-use eyedrops), Raynaud C., Rigal D., Bonicel P,
Service d'Ophtalmologie, CHU G. Montpied, BP 69, 63000
Clermont-Ferrand, FRANCE & Laveran H, Service d'Hygiène Hospitalière,
Université d'Auvergne Clermont-Ferrand I, BP 38, 63000
Clermont-Ferrant, FRANCE.
Br J Ophthalmol 1998;82:39-42
( January )Short term comparative study of topical 2% carteolol with and
without benzalkonium chloride in healthy volunteers
Christophe Baudouin,a
Christine de Lunardob
Br J Ophthalmol 1998;82:39-42 ( January )
Short term comparative study of topical 2% carteolol with and
without benzalkonium chloride in healthy volunteers.
Christophe Baudouin,a
Christine de Lunardob
a Department of Ophthalmology, Ambroise Paré,
University of Paris-V René Descartes, France, b Center
of Clinical Pharmacology, Pasteur Hospital, University of Nice, Francea Department
of Ophthalmology, Ambroise Paré, University of Paris-V René Descartes,
France, b Center of Clinical Pharmacology,
Pasteur Hospital, University of Nice, France
Quaternary Ammoniums and Other
Preservatives’ Contribution in Oxidative Stress and Apoptosis on Chang
Conjunctival Cells
Caroline Debbasch1,2,
Françoise Brignole3, Pierre-Jean Pisella1,2,
Jean-Michel Warnet1, Patrice Rat1 and Christophe
Baudouin2
1 From the Unit of Cellular Pharmacotoxicology, Centre
Hospitalier National d’Ophtalmologie des Quinze-Vingts, the Toxicology
Laboratory, University of Paris-V; and the 2 Ophthalmology
and 3 Immunohematology Services, Hôpital Ambroise Paré,
Assistance Publique–Hôpitaux de Paris, University of Paris-V, Boulogne,
France.
Impact
of short-term exposure of commercial eyedrops preserved with
benzalkonium chloride on precorneal mucin, So-Hyang Chung,1 Su Kyung
Lee,1 Stephen M. Cristol,2 Eun Suk Lee,3 Dong Wook Lee,4 Kyoung Yul
Seo,1 Eung Kweon Kim1,5.
Cha SH,
Lee JS, Oum BS, Kim CD. Corneal epithelial cellular dysfunction from
benzalkonium chloride (BAC) in vitro. Clin Experiment Ophthalmol
2004;32(2):180-4.
RegeneRx's TB4 Subject of Four Presentations at 2005 ARVO Meeting;
Researchers Present New Data Indicating TB4 May Reduce Deleterious
Effects Associated with Chronic Use of Eye Drops, Business Wire, May 2,
2005.
Investigative Ophthalmology and Visual Science. 2006 Jul; 47(7):2812-9. Fluoroquinolone eye drop-induced cytotoxicity: role of preservative in
P2X7 cell death receptor activation and apoptosis.*
Dutot M,* Pouzaud F, * Larosche I,*
Brignole-Baudouin F,* Warnet JM,* Rat P.Laboratoire de Toxicologie,
Faculte des Sciences Pharmaceutiques et Biologiques, Université Rene
Descartes-Paris, and Centre Hospitalier National d'Ophtalmologie des
Quinze-Vingts, Paris, France.
Au-delà des collyres::
Call
for worldwide withdrawal of benzalkonium chloride from nebulizer
solutions. Journal of Allergy and Clinical Immunology, Volume
107, Issue 2, Pages 222-223 R. Beasley
Benzalkonium chloride in a decongestant nasal spray
aggravates rhinitis medicamentosa in healthy volunteers. Clin Exp
Allergy.1995; 25:957-965
Benzalkonium chloride induces mucosal swelling, which explains why the
presence of this preservative in a decongestant spray aggravates
nasal/sinus symptoms
Effects of topical nasal steroids on human respiratory mucosa and human
granulocytes in vitro. Steinsv¡ag S. Acta Otolaryngol (Stockh),
116(6):868-75 1996
"It is concluded that benzalkonium chloride has toxic effects on human
respiratory mucosa and human neutrophils in vitro."
Effect of topical corticosteroids and topical antihistaminics on ciliary
epithelium of human nasal mucosa in vitro. Hofmann T. HNO, 46(2):146-51
1998 Feb
"An irreversible cessation of ciliary movement was observed in all cells
exposed to nasal sprays containing benzalconium chloride....." "we
recommend that this preservative should not be used anymore in topical
nasal medications."
The effects of topical nasal steroids on rat respiratory mucosa in vivo,
with special reference to benzalkonium chloride. Berg OH. Allergy,
52(6):627-32 1997 Jun
"In conclusion, benzalkonium chloride appears to be potentially toxic to
the nasal mucosa."
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